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O objetivo do levantamento é compreender melhor o cenário da indústria têxtil, que há tempos sofre com a concorrência de produtos asiáticos. Hoje as empresas brasileiras do setor são responsáveis pela quarta maior produção de vestuário do mundo, empregando 1,7 milhão de pessoas e com faturamento em torno de US$ 60 bilhões em 2010. A Abit e o MDIC acreditam que, ao mapear os novos padrões de consumo, será possível traçar estratégias mais acertadas, o que possibilitará uma vantagem competitiva frente aos importados.
O estudo foi realizado em duas etapas. Na primeira, foi feita uma pesquisa qualitativa que levantou conhecimentos preliminares sobre o assunto. Foram entrevistados consumidores das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro e formadores de opinião de São Paulo. Na segunda etapa, foi aplicada a técnica quantitativa, com dados conclusivos sobre o tema. Foram ouvidos consumidores de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Recife e Salvador.
A pesquisa identificou os principais hábitos dos consumidores e a existência de uma forte relação deles com a moda. Algumas características presentes nas peças de vestuário e artigos de moda foram consideradas muito importantes no momento da compra, como conforto, bom preço, qualidade e durabilidade. Também foi identificada uma grande demanda de consumo interno decorrente do crescimento econômico. A questão da aquisição de produtos têxteis e de confecção pela internet também foi trabalhada no estudo.
Segundo Aguinaldo Diniz Filho, presidente da ABIT, uma das estratégias competitivas do setor é oferecer ao consumidor produtos e serviços que respondam aos seus anseios e necessidades de modo mais amplo e efetivo. “Este estudo tem por objetivo proporcionar informações a um dos segmentos industriais mais impactados pelo acirramento da concorrência asiática. Esta é uma ação conjunta do governo e da iniciativa privada para proporcionar à indústria nacional um ganho de competitividade”, explica.
Para Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o estudo é fundamental para aumentar a produtividade e a competitividade do setor. “Temos trabalhado pelo fortalecimento do setor têxtil, portanto, todas as ações que possam agregar valor ao setor terão o incentivo e o apoio do governo federal”.
A indústria têxtil e de confecção também será beneficiada com a ampliação das atribuições do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), autarquia vinculada ao MDIC. Com a medida, que faz parte do Programa Brasil Maior, a autarquia passará a se chamar Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia e irá atuar em aeroportos e portos para atestar a qualidade das mercadorias importadas.
A alteração integra a Medida Provisória 541/11, aprovada pela Câmara no final de outubro e que seguiu para votação no Senado. A MP determina que o Inmetro atue em conjunto com a Receita Federal para verificar se produtos têxteis, assim como outras mercadorias estrangeiras, cumprem todos os requisitos exigidos para os produtos brasileiros.
Para isso, o Inmetro terá livre acesso às alfândegas de portos e aeroportos do país, exercendo o poder de polícia administrativa e expedindo regulamentos técnicos nas áreas de avaliação da conformidade de produtos, insumos e serviços, para proteger a vida, a saúde, o meio ambiente e prevenir práticas enganosas de comércio.
CONFIRA OS RESULTADOS NA ÍNTEGRA
PRINCIPAIS RESULTADOS DA PESQUISA
• Apenas 27,1% dos entrevistados costumam olhar as etiquetas das peças de vestuário/artigos de moda para saber a origem do produto;
• As mulheres são as maiores responsáveis, com participação de 84,6%, pela escolha de peças de vestuário/artigos de moda para si próprias ou para membros da família;
• A frequência de compra de peças de vestuário/artigos de moda é de uma vez por mês para 37,7% dos entrevistados e a cada três meses para 30,4% dos consumidores;
• As lojas de rua são o local preferido para compra de 56,2% dos entrevistados, sendo que quanto mais jovem o consumidor, maior a preferência pelas compras em shoppings;
• O dinheiro ainda é a principal forma de pagamento utilizada para comprar vestuário/artigos de moda, com 56,4% das preferências, seguido de cartão de crédito, com 30,4%;
• Somente 15,2% dos consumidores já compraram peças de vestuário/artigos de moda pela internet;
• No Brasil, a participação do gasto com vestuário no total de despesas das famílias é de 5,5%, sendo que a região Norte apresentou o maior índice: 7,4%;
• Televisão é apontada como principal fonte de informação sobre moda, com participação de 72%;
• 47,5% dos entrevistados já compraram produtos de moda por causa de propagandas. Este índice é maior entre as mulheres, com 52,7%;
• 84,7% dos entrevistados costumam se informar a respeito de moda, sendo que a cidade que mais se destaca é Porto Alegre (RS), com 98,5%; a de menor participação é Belo Horizonte (MG), com 59%;
• Apenas 32,1% dos entrevistados acompanham as Semanas de Moda, sendo que as mulheres costumam acompanhar mais que os homens (40,4% e 22,9%, respectivamente);
• A maneira de vestir das personalidades (artistas, modelos, cantores e jogadores de futebol) influencia 62,2% dos entrevistados, sendo que as mulheres são as mais influenciadas, com 70,7%.
Matéria publicada no NOTICENTER em 16 de novembro de 2011.
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